ABANDONO TARDIO

          Procuro abrigo. Um chão de piso. Um ombro antigo. Procuro entender este abandono tardio, que perdurou até nos dias mais inquietos, amargos, sombrios. Procuro de volta outro peito, outro íntimo, um conforto que se faça leito. Procuro também novo colo, novo amigo, eu consolo! Pois desde que foi-se, carreguei nestas mãos esmolas de graças neste desabrigo, e sabias que quando embora, tornaria eu mendigo.