O JORNALISTA MUDO

          Quem nomeia, nomeia algo ou alguém, nomeia alguma coisa. Verbo transitivo direto ao sujeito da oração. O sujeito nomeado pode ser simples, composto ou oculto. Quando oculto é indeterminado e nunca predica, sua voz se torna passiva e toda ação analítica. Seus artigos indefinidos não serão citados, nem por ironia e tampouco travessão — um diálogo. Caso em que a língua portuguesa recusa seu nome e evita ao máximo empregá-lo. Cacofônico, nomeado otário: o tal Língua Correia do Corpo como quem escuta Lima Corrêa do Porto, esconde o som de cada trecho mal interpretado, pigarreia volta e meia sua intenção, vontade ou expressão conduzindo o seu objeto de vício em linhas retas, ininterruptas, emaranhadas e sem coesão a propaganda de comunicador sem comunicar nada. Afinal, Língua não sabe o que fala.